Orientação Profissional



Saiu mais um resultado da FUVEST. Todo ano a mesma coisa, fevereiro é o final de uma maratona que começa em agosto, na inscrição do vestibular. Para alguns, novos desafios na faculdade. Para outros apenas o recomeço do sufoco de mais um ano de muito estudo e pressão, da família e dessa indústria do vestibular.

Qualquer semelhança com o "Massacre da serra elétrica - 4" não será coincidência.
Não vou nem entrar no mérito do processo. Muito já foi dito sobre isso.

Todos os anos milhares de alunos do ensino médio enfrentam o mesmo desafio: decidir qual será o curso que vai prestar no vestibular.
Fazer essa escolha sozinho, ou baseado nos padrões e expectativas da família, é muito estressante. Para isso existe a Orientação Profissional ou OP, como também é conhecida.

OP não é terapia, nem um produto das organizações tabajara. Seus problemas não vão acabar. Mas os "nós" que estão amarrando a escolha profissional podem ficar bem melhor compreendidos, reconhecidos e mais fáceis de serem desatados.

Muito poucos são os decididos. Uma vez, uma mãe levou o filho para fazer o trabalho de OP, porque ele tinha certeza total do que queria e adorava estudar. ( Sim, isso também acontece, não é ficção).

Na nossa primeira conversa, ele me encarou e já foi dizendo :"Eu quero ser magistrado e fazer Direito no Largo São Francisco" Ele tinha 17 anos e vinha do interior do Paraná.
O foco do garoto chegava a ser desconcertante. Fizemos o trabalho e hoje ele está se formando nesta faculdade. Não tenho a menor dúvida que em breve vou receber notícias da aprovação dele em algum concurso para juíz.
Casos assim são raríssimos.

O mais comum são jovens completamente "perdidos", pressionados, descompromissados, sem saber nem por onde começar a pensar sobre o assunto.

Nesses casos a Orientação Profissional ou de Carreira, é uma intervenção educacional que leva o aluno a refletir sobre seus talentos, pontos fortes e fracos, o mercado de trabalho e as ferramentas desse novo paradigma de transformações infinitas que vivemos hoje em dia.

A capacidade intelectual, (inteligências múltiplas), cognitiva, as características da personalidade, a aptidão, são avaliadas usando vários recursos para identificar em qual área o aluno tem mais afinidades.
Nesse programa não se usa nenhum tipo de teste psicológico na abordagem. Mesmo porque já se sabe que os antigos testes vocacionais não mostram nada de concreto e efetivo. São abordagens padronizadas que não olham o indivíduo como alguém único e que merece total respeito em sua individualidade.

Meu programa de OP acontece em encontros, em grupo ou individualmente, onde os alunos fazem atividades diferenciadas para fazer as escolhas com tranquilidade e com consciência.

Na outra ponta, a OP também serve para o recém formado que não sabe nem por onde começar se colocar no mercado de trabalho.
A faculdade ensina a parte técnica, o conhecimento, mas não fala nada sobre as habilidades e atitudes mercadológicas para fazer a carreira decolar.
Competência depende de CHA ( C de conhecimento; H de habilidade; A de atitude).

Não é apenas com o conhecimento adquirido, e muitas vezes comprado a peso de ouro, que se vai conseguir uma boa colocação. Foi o tempo em que diploma era passaporte para um bom emprego. Hoje a gestão da carreira depende exclusivamente do indivíduo.

"É preciso sair da mesmice, correr mais riscos, fugir do lugar comum. É isso que que vai assegurar seu sucesso na era da inovação. Já não basta ser perfeito. É preciso ser original. O mercado já não está mais abrindo espaço para quem não leva a alma e a emoção para o trabalho. Estamos competindo por excelência. E isso é um estado de espírito" ". Assim falou Waldez.
Sou fã do Waldez Ludivig. Quem não conhece ainda, pode baixar o cursor e ir lá em baixo na página onde vai encontrar uma entrevista dele no "Sem Censura" o programa da Leda Nagle.

Uma carreira bem sucedida segundo Waldez, depende de:

* Caráter, integridade e ética são competências cada vez mais valorizadas. Na hora de contratar um novo profissional, isso tudo é avaliado antes da experiência profissional do candidato.

* Não manter o foco em apenas um segmento. É preciso ampliar as referências e as competências. Hoje, o médico tem ser um especialista na sua área de atuação, mas também um bom administrador, um fluente comunicador, um expert em comportamento humano...

* Seja conservador e inovador ao mesmo tempo. E se não conseguir, alie-se a alguém que lhe complete.

* Fazer do trabalho algo divertido.

* Estar aberto a novas idéias.

* Questione. Repense o porquê, redefina o que, reprograme o quando, realoque o onde, recoloque o quem, reinvente o como, reduza o quanto.

* Não se acomode no que você já sabe. A sua capacidade de aprender é muiiittooo mais importante do que o seu atual conhecimento.

5 comentários:

Unknown disse...

Perfeito!

Unknown disse...

Sensacional a dualidade aqui; num momento você anseia Amelie Poulain e noutro veste-se do mercado inteligente,,,

Acredito que os mais novos desafios dizem respeito à essa transição. Inteligente ultimamente tem sido o "em cima do muro", não pela simples e líquida covardia, mas pela pura inteligência de viver o mercado sem estuprar a Amelie Poulain em nós.

E agora... quem poderá nos defender?! hehe

Bjs e barrocas invenções!

Vera disse...

Realmente...decisão difícil aos 17 anos e completamente mimados. Graças a Deus já passei por isso aqui em casa e tivemos um final feliz...mas o que vejo por aí, é uma porção de indecisos, ansiosos e equivocados.
bjo

AC disse...

Excelente!
Infelizmente Pais e Professores ainda não entenderam a realidade dos jovens que vivem a enorme angústia desse momento. E isso é uma pena, pois gerará - muito provavelmente - um mundo menos generoso e menos aberto às novidades. Haverá medo em fazer experiências e - especialmente - de viver-se plenamente a vida. Ficarão com a condicionante de realizar somente o que tiver a aprovação e autorização dos “outros”.
Que os Pais e Professores tomem conhecimento dessa questão e mudem de atitude diante de seus filhos.
E que, assim, o Mundo seja mais Feliz e Espontâneo.

Beatriz disse...

Minha filha e eu aprendemos muito com você. Bom que você possa ajudar muitas outras familias como ajudou à nossa.

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