Desinteligência ou arrogância?

Às vezes me pergunto se não deveria haver uma matéria nas faculdades de saúde que ensinassem esses profissionais a saberem lidar com o não de seus pacientes.   
Partir do princípio que todo paciente é incapaz e burro é de uma desinteligência cruel. 

Desinteligência ou arrogância?  Bem que podem ser sinônimos. 



Você chega num pronto socorro cardiológico, faz seu cadastro, passa pelos exames e logo em seguida é atendido por um residente que te diz que está tudo bem. Mas você relata uma queixa de tontura e o cara te receita um Dramin na veia?


Dramin?  Na veia?    



Achei um tanto radical a receita do pequeno residente. 


Para  fazer essa escolha eu ligo para a farmácia da esquina e o atendente me envia em 10 minutos.   Não requer nenhum diploma nem tampouco habilidade. 

Ao ouvir tamanha insanidade imediatamente digo não e quase recebo uma canetada na testa. 


E a conversa continuou:


- "A causa disso é tensional, precisa tomar um anti-depressivo"
- Sim, eu sei, já estou tratando com Homeopatia.
- Homeopatia? Isso não resolve.
( pensei comigo: isso é uma opinião do pequeno residente ou um fato? Se for opinião, a dele não me interessa e eu não perguntei, se for um fato, prove!)
Pensei, mas fiquei calada. Se apenas por ter questionado e negado seu Dramin na veia, quase fui agredida, se ousasse essa pergunta, poderia ser atirada pela janela..)


Saber ouvir já é um luxo para poucos. 
Saber ouvir um não, hoje em dia, é quase uma raridade.  Uma quase ofensa. 


Em qualquer circunstância. Seja numa empresa de saúde ou outra qualquer, 
ai de você se disser um não para a ideia de um decorador, paisagista, pintor, manicure, confeiteiro, garçom, advogado, etc, etc...e pior, resolver argumentar. 


Parece que a regra que todos estão seguindo é: - Não conteste. Aceite tudo que lhe é enfiado garganta abaixo.  Pense e aja como a manada quer. 
Todos Juntos! ( igual a propaganda daquele Banco..)

Seria esse o fundo do poço da mediocridade?  Patético.



Já que segundo a opinião do sábio residente, Homeopatia não resolvia, quase perguntei o que poderia resolver então e imaginei a resposta que viria imediata: Fluoxetina.


Puxa, quanta sutileza.


Será que o consultório médico virou o principal local de tráfico de drogas?


Há alguns anos quando assisti ao filme Idiocracy pela primeira vez, achei que era uma ficção.... hoje tenho algumas dúvidas, talvez se encaixe mais na prateleira dos documentários.




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