Agricultura Orgânica:mais inteligência de mercado impossível

Dois exemplos, altamente inspiradores, do mesmo agricultor orgânico no sertão da Paraíba. 
Nesse primeiro vídeo, foi mostrado o aproveitamento e melhoramento das espécies nativas. 


A próxima matéria, exibida em 27/11/2011, amplia as informações do vídeo anterior na mesma propriedade e mostra as imensas possibilidades do manejo orgânico.
http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2011/11/fazenda-investe-na-producao-de-alimentos-sem-agrotoxicos-na-pb.html

Veja só esse exemplo: Suco de batata de Tiririca ( Cyperius Rotundus ) como estimulante de enraizamento ou fertilizante nas mudas por estaquia do viveiro.  Mais genial que isso impossível.   E essa informação já circulava em revistas especializadas de agronomia desde 1945.


Cyperus esculentus
Agora, experimente chegar numa loja de produtos agropecuários e perguntar ao "experiente" balconista como combater as tiriricas. 
A resposta muito provavelmente será assim: " é muito fácil só usar Roundup  
( veneno a base de glifosato, famoso mata mato vendido livremente no Mercado Livre..)  ou jogar óleo diesel em cima da erva..."    


E o lençol freático que exploda!!!! 


No dia que eu ouvi esse desatino sendo dito para uma perua que buscava a solução da tiririca para o gramado da sua chácara, meu sangue subiu, a pressão idem, tive que me segurar, contar até 100 para não avançar na jugular do balconista...  e da perua...
A burrice diplomada e declarada em voz alta me tira completamente do sério.
Se pelo menos ela ficasse guardada só para si.

Voltando aos vídeos, o desprezo do Cerrado e da Caatinga, é um mais exemplo da total ignorância. 
No médio prazo ainda vamos pagar caro por ela. 


Tanto as empresas urbanas quanto as rurais podem aplicar uma  boa gestão de IM. Colocar o termômetro no mercado, olhar no seu entorno, ver o que está sendo feito, ou deixando de ser, planejar e agir.   


O custo da desinteligência ainda não foi medido. Nem o da falta de bom senso.
E mesmo assim, tem gente que acha que investir preventivamente em inteligência é um desperdício.  

No país de Paulo Freire

   
Para quem não conhece essa é a linguagem Klingon e esse post é mais uma pequena contribuição ao capítulo: "A desinteligência nossa de cada dia".

Puxe a cadeira que lá vem prosa.

O que o código Klingon tem a ver com isso, já eu explico.

Tudo começou depois que eu li uma notícia no Wall Street Journal com o sugestivo título: "Aplicativos agora substituem professores" 

Pensei cá com meu mouse: "..puxa, já se foram os chapeleiros, depois boa parte dos bancários, e  a próxima turma será a dos professores?" 

Mas ao ler a notícia me deparei com uma quantidade fantástica de exemplos e fui pesquisar melhor.
Nem ouso dizer minhas primeiras impressões, deixo as  notícias e imagens falarem por si.    

Abaixo colei links das escolas citadas no texto, de vários estados dos EUA. Todas públicas e gratuitas. E isso não é um mero detalhe...exemplos que falam por si.
Basta entrar, ler, ouvir os depoimentos, observar as infraestruturas para chegar a uma conclusão óbvia: o abismo que nos separa é enorme e infernal!

Lá, já se pratica o ensino virtual para alunos de 10 anos, conforme aparece num dos vídeos abaixo. Vale a pena reservar uns minutos para navegar com calma e conhecer esse admirável mundo nem tão novo assim, mas para nós, atualíssimo.
The International Association for K-12 Online Learning
http://www.inacol.org/
Agora acorde, e volte à dura a realidade local.

O Brasil tem 14 milhões de analfabetos em torno dos 15 anos de idade, os recentes resultados do IBGE trazem dados alarmantes.
Considerando o analfabetismo numa escala de vários graus, dos que não sabe ler nem escrever nada, até o analfabeto funcional que soletra, rabisca, desenha o nome, mas não consegue compreender quase nada do que lê. 

O analfabeto funcional percebe o mundo dentro de um viés equivocado e no emaranhado de seus neurônios tudo é uma grande bagunça nebulosa. Ele até olha para a realidade, mas ela está muito além de sua compreensão obtusa. 
Num paralelo cruel, digamos que a realidade esteja na Terra e ele só conhece os códigos Klingon. Entendeu agora a imagem lá de cima?

Mesmo assim os dados do Pnud, através do IDH - índice de desenvolvimento humano - mostram avanços. 

O IDH divide os países em 4 classes. 
Na primeira fila estão os europeus, tigres asiáticos e os países produtores de petróleo do Golfo e apenas 2 da América Latina - Chile e Argentina.
Na segunda fila o Brasil, Russia e outros tantos, na terceira India, China e mais outros, e na lanterna, Haiti e toda a África.

Evidente que vários parâmetros podem ser questionados, mas foi à essa a metodologia que a ONU conseguiu chegar para medir algumas coisas. 
No Brasil as necessidades são tantas e o atraso é tão crônico, que mesmo tendo dado largos passos na educação ainda patinamos, e muito. 

Dados estatísticos como esses,  de crianças fora da escola, não dizem muita coisa:  
- 1990 eram 16% 
- 2000 eram 4% 
- 2010 eram 2%  

Houve um avanço quantitativo. Ok.

Mas, em qual escola essas crianças estão? O que significa estar nessa escola? Qual a capacitação desses professores? Há remuneração justa?  E mais tantas outras perguntas.

O que os professores, as escolas, a administração escolar, as teorias pedagógicas, o MEC , etc, etc, tem a ver com isso?  Além de parecem viver em outro planeta e outro tempo?

O que significam essas imagens? (*)





A única maneira de superar esse estado de coisas é
E N C A R A R

Deixar a preguiça e as justificativas ideológicas bobinhas de lado, e agir.
Agir com método e metas.

Depois, entender que as condições - materiais e mentais -  e as pessoas que geraram esse cenário não podem encontrar a solução. Temos que romper com fórmulas antigas, métodos ultrapassados e que já não tem mais espaço no século XXI. 

O senador Cristóvam Buarque bate nessa tecla da educação, aparentemente sem eco nenhum, mas continua falando e isso é bom. Melhor que nada. 

Por que não olhar para fora do nosso umbigo? Observar os resultados efetivos.

Com todos seus erros, problemas, intolerâncias e dificuldades os Estados Unidos detém a maior quantidade de prêmios Nobel e registros de patentes. Esse é um dado incontestável.
Um resultado que não pode ser negado.  Alguma razão há para isso. 

Por que não pesquisar melhor a razão desses resultados e adaptar alguns modelos?  Será que precisamos mesmo recriar a roda? Será que precisamos de uma metodologia mulata para a educação?
Se fosse assim a enorme contribuição de Paulo Freire e tantos outros educadores de primeira já teria dado resultado.

A impressão que dá é que a educação nos países que estão na primeira fila do  IDH é tratada com uma seriedade que eu não consigo ver aqui.
A não ser que se pague muito caro por ela, e mesmo assim, sei lá.

O sucateamento criminoso da educação, somado há décadas de formação ideológica ridícula e deficiente da academia e acrescente a essa desinteligência generalizada o descompromisso e negligencia dos pais, políticas desastradas, políticos desonestos ( perdão pelo pleonasmo) alimentando a cada dia esse monstro que está aí. 

Como podemos pensar em entrar na economia criativa, se sequer conseguimos remendar o tecido rasgado das nossas dívidas sociais?  Como falar em inteligência competitiva com esse cenário caipira?

No Brasil, infelizmente, a questão da educação não foi ainda sequer equacionada. 
Muito menos encarada. 
Os arremedos que existem só mostram o tamanho do trabalho que ainda está por fazer. 

Ainda convivemos com uma realidade onde uma parte das crianças vai para escola para poder comer, mesmo assim em alguns lugares com a verba da merenda sendo desviada quando não superfaturada ou estocada com prazo de validade vencido. Quando não é misturada com veneno de rato....

Tudo isso é tão tosco. Tão anormal. Tão criminoso. 
Dá vergonha de conviver com isso e fazer cara de samambaia. 

Sindicatos de professores - uma das sucursais da vanguarda do atraso -  poderão sentir-se incomodados com notícias como essas. Ser substituído por um aplicativo, dói. 
Suas cabecinhas são nebulosas e seus modelos mentais assemelham-se a espartilhos de rendinhas. Total século XIX.
Sempre me pergunto se os sindicatos são o freio de mão da história.

Por aqui, há algumas ações, tímidas, de recuperação desse desastre. 
Todas da iniciativa privada. 

Movimento Todos pela Educação

Amigos da Escola

Telecurso

Fundação Bradesco

Escolas Sesi


Parafraseando alguém, a educação é um assunto sério demais para ficar na mãos do Estado... e dos sindicatos. Essa é uma prática de cidadania indelegável. 

(*) Evidente que há exceções, mas elas não passam disso mesmo, exceções.  


Edição Algorítmica ou Censura Programada?



Assisti com um nó na garganta... por que será?  Já ouvi falar desse tipo de filtro nas histórias do nascimento dos regimes totalitários.... conhecer a história é preocupante.

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